Sempre ouviu dizer que o que é bom dura pouco tempo, tudo tem desfecho algum dia
A noite caía. As nuvens cobriam o céu azul acinzentado, aglomeravam-se no firmamento, tornando o calor do final da tarde de Verão ainda mais opressivo
Não tenho o hábito de falar dos meus problemas. Costumo chorar, fechar-me no meu quarto e esperar que eles se esvaziem
Eu era cego, e sempre tinha sido – nascera assim. Desde o momento que o conheci que o meu peito estremeceu
Todos os dias, o senhor António aparecia na padaria para pedir as suas carcaças de pão quentinho. Sempre curvado
À noite, adormeciam, sob o céu estrelado. A infância ficava-lhes cravada na pele. A felicidade nos pequenos gestos
Às vezes pesam-me todos os dias que já vivi, como um prisioneiro que arrasta uma bola de ferro presa a uma corrente
Os passos fizeram eco, enchendo uma casa vazia. Nas paredes havia a passagem do tempo.
Abstraía-me nos meus pensamentos, para tentar ultrapassar o desconforto deste encontro
Comecei a manhã com um café curto e um Nurofen no bucho. O barulho do vizinho de baixo ensurdeceu-me
Meu querido filho,
Nasceste no meio do caos, numa altura em que o mundo está virado do avesso.
Num dia chuvoso, Joaninha estava aborrecida, fechada dentro de casa, como acontecia nos dias chuvosos
Era a noite de passagem de ano. O meu neto, Tom, estava irrequieto junto à janela, a admirar o fogo de artificio