Púrpura
Num céu de nuvens soturnas
Vultos massivos
Esperam a cor do Éden
Numa reunião alada de hostes borradas de roxo.
No solo as árvores escurecem,
Recipientes da noite.
As sílfides vaporosas
Sopram dos canteiros alfazema ao vento do norte.
O Sol escorre pelos cantos e não regressa,
Porque só deseja um tempo
De calor flamejante
Que chispa numa esfera distante e não nos toca.
A tua mão pálida e graciosa sobre a minha,
Segura-nos à vida,
Com ardência gelada,
A morte sucumbe de amores, existimos em púrpura.
Por: Maria Luísa Garcia (Escritora e Autora das obras “Contos do Sobrenatural” e “A Lua e as Criaturas das Trevas”)